HICK DUARTE
Em seu trabalho “Limbo”, Hick Duarte, o único brasileiro a integrar a lista da premiação de novos talentos do British Fashion Council por dois anos consecutivos (2018 e 2019), faz uma reflexão sobre o estado emocional do jovem em um ano particularmente conflituoso no Brasil.
Hick analisa que a juventude se encontra em um estado de suspensão. “Um lugar de indefinições e inquietações, porém transitório, ocupado por uma geração impactada pela sobrecarga de informações de todos os tipos em seu cotidiano, seja nas redes sociais ou na vida offline – de notícias trágicas ao último look ou meme do momento. Tudo se mistura, perde-se a noção de relevância e cria-se uma sensação de impotência”.
“Tento ilustrar a maneira como uma parcela desta geração vem escolhendo se distanciar do caos urbano para se encontrar. Não se trata de um escapismo covarde: é um afastamento temporário para um resgate à sua essência, equilíbrio e saúde mental. Só assim conseguiremos seguir com ações realmente eficazes de mudança”, acredita Hick.
“A juventude é uma fase frágil, de construção e descobertas, na qual você precisa lidar com uma série de dilemas internos. Em um ano tão tortuoso na política nacional, soma-se a isso uma avalanche de questões externas: exclusão, discriminação das mais diferentes formas, falta de oportunidades de trabalho, expectativas de como a sua essência será percebida em tempos de retrocessos sociais. Vejo hoje no jovem certa paralisia, um ‘estado de suspensão’. O título da exposição remete a este intervalo entre o choque inevitável neste momento do País e a reação, o contra-ataque. O limbo é um momento de transição”, explica Hick.
“Apesar de circunstancialmente imóvel, formamos uma juventude atenta e com olhar crítico.” - Hick
Assista ao filme do projeto dirigido por Hick: