por Jonathan Wolpert
Quando criança, não entendia que não tinha pérola, e sim testículos açoitados pela mão do homem.
Só entendi quando te amei e teu dourado não cabia em mim. Apesar do teu brilho flutuar pela sala suja de risadas de moças virgens de ódio e poeira de conversas sobre sucesso, eu não conseguia te ter.
Eu não era perolada,
Tinha gosto de estranha e
passagem de só, e era só
Mas minhas salivas caíam da boca,
Ensopadas de libido, resquício do teu gosto
Comprarei bijuterias baratas e construirei
um corsário de pérolas brancas
que cobrirá meu útero inteiro.
Meu corpo inteiro será pérola e finalmente
terei o que criança não tinha.
Mesmo de pérolas falsas,
Perolada